segunda-feira, 30 de julho de 2012

O que é Crônica


Crônica


A crônica difere da notícia, e da reportagem porque, embora utilizando o jornal ou a revista como meio de comunicação, não tem por finalidade principal informar o destinatário, mas reflectir sobre o acontecido. Desta finalidade resulta que, neste tipo de texto, podemos ler a visão subjectiva do cronista sobre o universo narrado. Assim, o foco narrativo situa-se invariavelmente na 1ª pessoa.

Poeta do quotidiano, como alguém chamou ao cronista dos nossos dias, apresenta um discurso que se move entre a reportagem e a literatura, entre o oral e o literário, entre a narração impessoal dos acontecimentos e a força da imaginação. Diálogo e monólogo; diálogo com o leitor, monólogo com o sujeito da enunciação. A subjectividade percorre todo o discurso.

A crônica não morre depressa, como acontece com a notícia, mas morre, e aqui se afasta irremediavelmente do texto literário, embora se vista, por vezes, das suas roupagens, como a metáfora, a ambiguidade, a antítese, a conotação, etc.

A sua estrutura assemelha-se à de um conto, apresentando uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão.


Para se fazer uma boa crônica, é importante:

- Escolher um fato que chame a atenção, através de jornais ou revistas, pois é muito importante que o tema escolhido desperte a atenção do próprio autor.

- Você precisa ler sobre este tema, e ter opiniões sobre ele, e colocá-las no seu texto, pois esta é a principal característica de uma crônica.

- Quando começar a escrever, é importante que sempre deixe bem clara a sua opinião, relacionando o tema com você, como o que você pensa sobre o assunto. Coloque-se na situação sobre a qual está falando, e o que sente diante disso. Aponte o ponto de vista de outras pessoas, e se caso for o caso aponte uma solução.

Exemplos de Crônica


A quadra velha


Aluno: Gabriel Batista da Silva


Aqui no lugar onde vivo não tem cinema, lan house, discoteca... aqui tem cavalo, rio,
cachoeira, gente que conta histórias... E, acima de tudo, aqui tem uma quadra. Uma quadra
velha. Velha e pequena, só tem espaço para seis jogadores de cada lado. Uma quadra velha
e pequena onde cabe inteira a nossa imensa alegria.
Ali a bola rola, enrola, rebola, embola, solta, samba, sapateia... Ali vale tocar a bola de
chuteira, de chinelo ou de pé no chão. Ali vale jogar menino, menina, velho, magrela e gordão.
Vale entrar de sola, de carrinho e até de bicão. Vale arrebentar o joelho, arrancar a
ponta do dedão... tem gol contra, bola murcha e bola fora.
O que importa é que quando a bola rola na quadra velha o mundo para. As árvores e as
casas espiam. As pessoas que passam pela estrada de terra não resistem, param, assoviam,
batem palmas. Os moleques perdem a hora que se perde no tempo. Cada pai vê em seu filho
o grande craque e sonha com seu menino na seleção. Quem sabe 2014...
Ali, na quadra velha e pequena, adormece a tristeza, o cansaço, a desilusão... ali os
homens se esquecem dos calos, das dívidas, das dores... ali os meninos são magos, são livres,
são pássaros: transcendem, voam... Ali não tem zero, não tem senão. Só tem bola no
chão. Ali eles são uma bandeira verde e amarela hasteada no sertão.
Isso, até que chega a noite escura e sombria. Ela, revestida de negro, faz arriar o sonho,
despe a fantasia, cala a poesia.
Amanhã tem trabalho, tem escola. Dói o calo, o joelho incha, o moleque chora. E a
quadra fica de fato velha e pequena. Fica ali, triste, silenciosa, no escuro. Fica ali à espera
de que os meninos voltem logo e ressuscitem o momento mágico.


Beleza cega

Aluno: Pedro Kennedy Oliveira de Sousa

Fim de tarde. Saio da escola, satisfeito por mais um dia de aprendizado. Sigo em frente,
passo por todas as avenidas, atravesso as pistas da BR-060 e me dirijo à parada para esperar
o ônibus que me levará para casa.
Passam-se alguns minutos, avisto de longe o número da linha que irei pegar. Dou sinal
com a mão, o ônibus para. Como de costume, está lotado. Entro, e mesmo em pé me acomodo
entre os passageiros, e o motorista segue viagem.
Muita conversa tomava conta do ambiente. Porém, entre todo esse alvoroço, notava-se
um som, que era, ao mesmo tempo, conhecido e estranho. Procurei descobrir de onde vinha
aquele barulho. Olhei para um lado, olhei para o outro, e nada. As pessoas estão tão
aglomeradas que é impossível ver algo.
O ônibus para. Descem dois passageiros. Mas ainda está muito cheio. Desisto de
procurar. Abaixo a cabeça, mas continuo ouvindo todo aquele batuque, que soava no
fundo do ônibus. Então imaginei: será alguma pessoa ensaiando, naquele espaço, uma
apresentação? Será algum show em meio a todos aqueles rostos cansados e esgotados?
Ou será apenas algumas pessoas brincando com o tal instrumento? A dúvida prevalecia.
Novamente o ônibus para. Cerca de quatro ou cinco pessoas descem. A parte da frente
do carro já não tem muitos passageiros em pé. Pago a passagem, passo pela roleta, com a
ansiedade de saber quem era o artista que viajava conosco.
Tento mais uma vez ver quem era... Impossível!
Pela terceira vez o ônibus para. Ponto movimentado, descem muitas pessoas. As que
permanecem, disputam entre si os lugares vazios. O ônibus anda.
Ouço várias vozes e palmas que acompanham atentamente a batucada. Parada à vista,
sei que mais pessoas irão descer, me preparo para ir ao fundão.
O ônibus para. As pessoas descem. Então, olho para a frente e me deparo com um cego
tocando um pandeiro, passando toda a sua alegria ao instrumento.
Enfim, é hora de descer. Estampo um belo sorriso em meu rosto, admirando todo aquele
talento. Desço do ônibus com a certeza de que a verdadeira beleza de Brasília não está apenas
nas curvas de Niemeyer e sim nas pessoas que dão vida à nossa cidade.


Cidade maternal

Aluno: Lucas Martelli de Medeiros Silva

Vivo no sudeste nacional, na Nova Iorque brasileira, a cidade que nunca para. Vivo na cidade
de São Paulo. Durante o dia, suas estradas transformam-se em veias, cada pequeno
cidadão é uma hemácia no fluxo frenético da cidade, cada edifício é uma parte do esqueleto,
sua estrutura; cada janela, de cada prédio, de cada casa, faz parte de sua visão. Vejo os fios
de alta voltagem fazendo ligações entre si, tal como neurônios.
À noite, um novo mundo surge, surge também uma nova cidade. Ouço na batida constante
dos bailes a batida de um coração, no vento que sopra frio e sereno, sua respiração;
nas sombras noturnas e na escuridão, seu lado obscuro.
A São Paulo que possui temperamento forte, cidade que, se fosse gente, seria mulher,
e, como mulher, seria, ou melhor, é mãe, mãe que abriga em seu ventre filhos dos mais variados
sotaques, filhos que vêm de longe, além da serra, além do mar, além do seu horizonte,
além. Cidade, que além de mãe, é o romance de várias e várias pessoas, homens e mulheres,
crianças ou idosos - difícil não se apaixonar por essa bela senhora. Entretanto, difícil
é também não sentir dores no peito, ao ver a face triste da cidade: tristeza, morte, fome,
vidas alienadas...
São Paulo, a cidade que tem uma surpresa em casa esquina, em cada beco, em cada
praça, em cada rua. Que tem mil faces e mil lugares, lugares, muitas vezes, paradoxais,
Édens e Tártaros dividindo o mesmo espaço, onde é comum a miséria andar lado a lado
com o luxo, onde, constantemente, a humildade cruza com a soberba.
Terra da garoa, bebo do seu sangue, nado em seu olhar, respiro o seu perfume, pulso ao
seu pulsar, vivo em seu fluxo que não para um segundo e, a cada novo dia, encontro um
novo mundo.


Descoberta inocente

Aluna: Milene Cristina Alves Cantor


A cidade ainda está acordando. O ônibus para à beira da rodovia e a criança entra pela
primeira vez.
Quando o veículo entra em movimento, o pequeno ser nem tenta imaginar o que o
espera, se atira imediatamente a espiar pela janela.
Estava prestes a descobrir o mundo.
Plantações ainda maiores, de todos os tipos de grãos, indústrias recém-abertas,
comércio recém-chegado e gente recém-acolhida por essa terra de toda gente enchem os
olhos da criança.
Está descobrindo o mundo.
Na cidade, nada de monumentos históricos ou grandes pontos turísticos, apenas pessoas
trabalhando. A criança se vê confusa. Por que a maior cidade do norte, com o potencial de
uma capital, tinha só pessoas trabalhando sem parar? Sem parar ao menos para dizer:
— Como essa cidade cresce!
O tempo vai passando e a criança se torna homem.
À beira da rodovia o homem entra no ônibus, não mais pela primeira vez.
A vista da janela mudou. Vê plantações muito maiores, ruas cheias de lojas, grandes
praças, gente andando em todo lugar.
A cidade ainda não parou para admirar sua grandiosidade, mas agora o homem já entende.
São 120.000 pessoas carregando nos ombros a tarefa de desenvolver uma cidade juntas.
Assim a cidade continua crescendo, conquistando respeito nacional, exportando mais do que a
agricultura pode oferecer, encantando o mundo por estar no peito de um certo “piloto voador”.
Tudo isso para que essa terra continue sendo a cidade que não para de crescer, que
aprende a caminhar por si própria, conquistando novos horizontes como se ainda fosse
uma criança que descobre o mundo.


Entre o céu e a terra

Aluna: Stefany Ohana Cardoso dos Santos

Dizem que aquela estátua gigante fará de Sertãozinho um lugar mais famoso e frequentado
por turistas. Pode até colocar o nome da cidade na previsão do tempo do Jornal Nacional,
onde são mencionadas só as mais conhecidas. O Cristo Redentor “caipira”, como já
foi chamado, será mais alto que o irmão carioca. Será. Mas quando?
Olhando aquele monumento inacabado, dá para imaginar em que estaria pensando o grande
Cristo que repousa ao lado de um pedestal ainda maior sobre o qual não conseguiu erguê-lo a
capacidade humana. Multiplicar os pães e andar sobre as águas realmente são ações divinas.
Aqui estou, como outros, construído em local de destaque para que a homenagem seja
vista ao longe. Onde me colocam sempre me torno, além de objeto de crença, motivo de
orgulho para as cidades que me recebem.
Por enquanto, a única coisa que vejo à minha frente são folhas da mata que me esconde
quase totalmente, mas, ao meu lado, tenho um trono e, quando estiver sobre ele, verei inteira
a cidade que me foi dada para abençoar.
Aguardo o dia em que finalmente verei Sertãozinho do alto e, pairando sobre a imensidão
verde dos canaviais, poderei avistar suas usinas, ouvir suas indústrias anunciando o
novo dia de trabalho e sentir o cheiro do garapão trazido pelo vento.
São quase dois anos de espera. Por que adiam tanto a minha inauguração? Sei que não
faltam pontos de encontro, mas eu também reunirei pessoas ao meu redor que poderão me
visitar e conhecer a prosperidade da cidade que me acolhe!
O tempo mudará minha cor, seja pela fuligem negra da queimada da cana ou pelo vermelho
da terra fértil, porém gostaria que me conhecessem na cor original, antes do tingimento inevitável.
Só me resta aguardar que o trabalho há tanto iniciado seja concluído e até lá continuo
esperando de braços abertos a vontade de quem está de braços cruzados.


Fim de jogo

Aluno: Matheus da Costa Souza

Ver uma partida de futebol é para mim uma alegria sem fim. Bem pertinho da minha
casa tem um campo de futebol. Domingo de jogo fica um agito só. A rua pacata e calma
fica repleta de carros e pessoas que vão ver o jogo. Fervilha de gente na entrada do campo.
Trombetas, tambores e todos os instrumentos possíveis fazem a festa e enaltecem o
simples jogo.
As pessoas que estão nas arquibancadas se agitam a cada gol, sofrem a cada bola na
trave, gritam palavras absurdas contra o juiz a cada vez que ele dá uma punição contrária
ao que elas queriam - nessa até a “coitada da mãe do juiz leva”! A bola rola com gosto e
motivação nos pés dos onze. E lá se vai uma na rede. E o povão grita e se agita e dança e
solta foguetes e toca os apitos contagiantes e os instrumentos, que levam os torcedores ao
delírio. O jogo acaba. Algumas pessoas estão alegres e comemoram a vitória, outras estão
tristes, alguns ficam calados e outros dizem que foi culpa do juiz ou de algum jogador desatento.
Tem também aqueles que nem vão embora, ficam conversando na portaria, debatendo
o resultado final.
Tudo vai voltando ao normal. Os carros vão saindo, as pessoas vão indo. Em algumas
horas, a rua fica praticamente vazia e nua, e a vida para de repente. Tudo vai ficando calmo e
tranquilo e os pássaros começam a cantar a melodia que embala a tarde.
E assim se vai mais um dia de futebol nessa cidadezinha.


O relógio não parou

Aluna: Jéssica Fernanda Feitosa de Melo

Era noite, e eu aguardava o troco do analgésico que havia comprado na farmácia da
esquina. De repente, ouvi aquelas duas pessoas que, pelo sotaque, reconheci que não
eram da minha terra. Diziam, em tom de zombaria, que aqui o relógio parou. Quase não
consegui receber o dinheiro, tamanha a minha vontade de sair de perto delas.
Cheguei em casa e percebi que continuava chateada com aqueles comentários.
É certo que é uma cidade pequena e pouco desenvolvida, mas não é por isso que
tenho de aceitar alguém falar mal dela.
Todos devem ficar sabendo que os ponteiros do relógio também giram por aqui e, se
não existem os shopping centers das grandes capitais, tem as bancas de feira e as lojinhas
onde se pode encontrar belas roupas, que, se não são de última moda, vestem muito bem
as “Giseles” deste lugar.
Fico aqui pensando que na minha terra o relógio não parou, só não possui um Maracanã,
mas possui o Poeirão, que diverte jogadores e torcedores durante as partidas de
futebol nas tardes de domingo.
As horas continuam passando nesse lugar. Só não há teatros, cinemas e boates. A
cultura é passada de pai para filho pela dança do boi e pelo pagode do Zabé Fulô. A juventude
também se diverte nas serestas ao ar livre.
Minha cidade não possui um Parque Ibirapuera, mas os quintais estão cheios de balanços e
gangorras feitos nos galhos das goiabeiras, mangueiras e cajueiros onde a meninada faz a festa.
Aqui o relógio continua funcionando, sim! E, mesmo sem um Cristo Redentor, lá de
cima do Morro da Cruz é possível vislumbrar toda a minha cidade em um só olhar.
Não, o relógio não parou, não! E já se ouve falar em minha cidade de assaltos, assassinatos
e atropelamentos. Seria melhor que o relógio tivesse parado? Não sei.
Ainda há esperança e, antes que eu esqueça, você precisa saber que eu moro em
Regeneração.

O quadrado

Aluna: Larissa Carolina Durings

Planalto do Oeste é pequenina sem ser uma cidadezinha qualquer. A vida na vila vai
devagar, mas eta vida boa, meu Deus! Que o diga um lugar conhecido como “quadrado”.
Um frio quadrado de concreto, que fica à sombra das árvores no quadrado da praça. Em si,
ele não tem graça nenhuma, afinal é apenas um quadrado, mas ele se enche de graça, riso
e calor quando, nos finais de semana – durante a semana também –, o quadrado enquadra
os jovens que tomam conta dele.
Ah, se o quadrado falasse... O quadrado é testemunha da gestação e nascimento de
amizades guardadas a sete chaves dentro do coração e da agonia e morte de outras; testemunha
de bisbilhotices inofensivas e de fofocas venenosas. Testemunha de amores que foram
eternos enquanto duraram; de amores que juraram amor para sempre na igrejinha em
frente à praça, ao som da Marcha nupcial, com imensos e vaporosos vestidos portando
noiva, aias e alianças.
O quadrado assistiu e assiste ao consumo da agregadora bebida chamada tereré – nós
enquadramos o “e” num acento circunflexo: tererê –, de muito refrigerante e dos nada saudáveis
chips – mas quem resiste? –, adquiridos com o dinheiro de democráticas vaquinhas.
Quando eu estudava na escola de Planalto do Oeste, todos os dias, antes do início da
aula, eu e meus amigos estávamos lá, no quadrado, para conversar, terminar trabalhos e tarefas
que tínhamos “esquecido” de fazer, ou estudar para avaliação, para não sermos enquadrados
num outro quadrado: o de alunos relaxados e irresponsáveis.
O quadrado de Planalto do Oeste, geometricamente, é um quadrilátero cujos lados
são iguais entre si e cujos ângulos são retos, mas as figuras que nele cabem não são
iguais, não cabem em nenhuma figura geométrica. São humanos sujeitos às contingências
da humana condição.


Que barulho é esse?

Aluno: Bruno Herklotz

Seria mais uma manhã comum na pacata cidade de Campo Novo do Parecis, mas algo
estava acontecendo de diferente. Eu ouvia um barulho estranho, que chegava a me assustar.
A praça estava lotada de homens, mulheres, crianças e velhos. Parecia muito mais uma
rebelião, mas pela expressão de alegria não era. Isso era mais estranho ainda, pois há tempo
não ocorria nada que chamasse a atenção do povo, nada mais encantava as crianças...
por isso ficava a pergunta: o que estava acontecendo?
Novamente começa o barulho, parecia um apito de trem, pensei até que estava ficando
louco, tendo alucinações, porque até então a cidade era pequena e não tinha ferrovia alguma.
Até que surge do além uma espécie de trem com rodas, uma “maria-fumaça” toda colorida,
iluminada, tocando músicas altíssimas. Pessoas de todas as idades pagavam para
andar naquela geringonça. Como era novidade, também experimentei e até que não era
ruim – bem divertido por sinal.
E assim foi uma semana, era gente disputando vaga para andar no bendito trenzinho que
rodava o dia inteiro pelas ruas, repleto de pessoas momentaneamente satisfeitas e felizes.
Ao final desta semana o trem já estava indo embora da cidade, com os vagões lotados,
não de pessoas, mas sim de dinheiro do povo!


Relíquias

Aluna: Maria Cecília Lopes da Silva

É uma quarta-feira, entre dezessete e dezoito horas. A caminho de casa, entro numa
lanchonete para tomar um suco junto do balcão. Na realidade, queria mesmo era, ao
entardecer, apreciar aquela paisagem que de tão conhecida não era mais vista pelos que
ali passavam cotidianamente, o rio Parnaíba. Passo a fitá-lo. Bem ao lado da feira de
troca-troca um casal de namorados acaba de sentar para recolher da vida diária, talvez,
a minha mesma intenção.
Diante deles e de mim há um rio em ruínas, cuja mensagem de vida, de beleza e de
graça está sendo devastada pela estupidez grosseira do homem. Folhas mortas boiam sem
pressa de chegar ao outro lado da sua margem. Ao tomar meu suco confiro novamente
aquela paisagem e penso que a população ribeirinha, lá pelos lados do Poti Velho, deve
inventar coisas para sobreviver. O rio está paralisado, mais areia que água. Daqui a alguns
anos não existirá mais, e com ele vai embora o tão belo e privilegiado verde de Teresina. A
cidade vai virar apenas um amontoado de concreto armado revestido de flores postiças.
Abstraído em recordações, saio da lanchonete e subo a rua calçada de pedras velhas
e irregulares, coberta de asfalto, ladeada de casas velhas de paredes desbotadas. Olho
para o rio, mais uma vez. Não choro. Contenho as lágrimas enquanto vou subindo pela
Álvaro Mendes.
Vou devagar. Já não há nem a pressa, nem a alegria do passado.


Velha casa

Aluna: Jamila de Souza Azevedo

Macapá é uma cidade linda. Praças, igarapés, linha do Equador, Marabaixo e a Fortaleza
de São José. São maravilhas que encantam este lugar. Mas eis que destaco de todas as
belezas, que é para mim a mais especial: minha velha casa.
Escolhi uma coisa bem simples para falar, pois é o local que considero a primeira maravilha
do mundo: a minha casa, velha e histórica como só ela é. Acolhe-me ao longo de
quinze anos, que para ela suponho que seja um sofrimento bem atordoado, por me aguentar
por tanto tempo. Creio que as minhas pisadas fortes, em seu frágil piso de madeira, já a
machucaram muito.
Descrevo a minha casinha como uma velhinha de mil rugas com suas fracas pernas a me
proteger do amargo calor do sol e da violenta água da chuva.
Imagino que à noite, quando tudo está em silêncio, e eu dentro dela a vagar, ela esteja
a dormir e eu a perturbá-la, escancarando suas portas e janelas para arejá-la.
Ao amanhecer, uma vez mais está suja, precisando de um banho, e a minha mãe vem gritar.
— Vai limpar a casa!
— Já vou, já vou – respondo.
Vou reclamando, resmungando. Pego o cabo da vassoura e passo a agredir minha inocente
casinha, sem refletir, ainda hipnotizada pelo sono.
E, quando saio, olho para trás e vejo a bendita a sorrir, feliz por eu não estar mais ali.
Mas eu irei voltar sempre.
Contudo, há um momento de paz, ela está a me guardar do sereno que a noite faz. Por
isso, é com gratidão que rezo a Deus que não me tire essa velhinha, porque de tudo ela me
ensina. Apesar de ser uma velha casa, jamais ela deixou sua função de lado.


Um nó na garganta... Um grito...

Aluna: Samyla da Silva Nogueira

Ouço a voz da violência; escuto o barulho de um tiro... vejo pessoas gritando... fica-me
o pensamento em agonia, pela aflição de imaginar: “Poderia eu ter sido atingida por uma
bala à procura de um destino”.
Na vida, tudo se pensa. Só não pensei que esse cenário dramático se armaria no meio
do sertão, numa cidadezinha de interior que, para a violência, vendeu suas tradições pacíficas,
a sua paz.
Porém, mesmo sendo atingida pela “globalização da violência”, a minha cidade, em alguns
aspectos, reage e consegue registrar em sua memória novos contos de amizade e
práticas tradicionais de “curtição” e entretenimento.
O estranho é que até os lugares destinados a festas e confraternizações têm se transformado
em palco de brigas e desassossego! E o que era “a graça de curtir a vida” virou
“curtir a desgraça”.
O nó na minha garganta é expressado nos versos: “Queria poder voar sem cair com um
tiro na asa, pois um pássaro só canta feliz sem a gaiola, e as pessoas só vivem felizes sem a
violência”.
O que me conforta é olhar em volta e sentir ainda algo preservado: famílias que convivem
em famílias; igrejas que ainda pregam o Cristo; clubes de diversão que divertem de
verdade; a natureza resistente que, embora contaminada, insiste em florescer.
E, por último, penso: “Como é viver aqui?” Não critico nem adulo... não odeio ou idolatro.
Quero apenas viver... viver feliz, mesmo com medo. Afinal, se nenhum lugar é perfeito,
fico por aqui... VIVO aqui...

Preposition

Preposition

In

* no, na, em, dentro de

Usos

cidades
estados
países
regiões
bairros
meses
anos
estações
séculos
períodos do dia [ morning, afternoon, evening]

Exemplos:

The machine is in the box. (dentro)
(A máquina está dentro da caixa)

Paul lives in Boston. (cidade)
(Paul mora em Boston)

He works in Texas. (estado)
(Ele trabalha no Texas)

They study in England. (país)
(Eles estudam na Inglaterra)

They will leave in November. (mês)
(Eles partirão em Novembro)

My brother was born in 1960. (ano)
(Meu irmão nasceu em 1960)

Mary will visit us in (the) Spring. (estação do ano)
(Mary nos visitará na primavera)

That author died in the nineteenth century. (século)
(Aquele autor morreu no século 19)

You walk in the morning. (período do dia - manhã)
(Você anda de manhã)

I sleep in the afternoon. (período do dia - tarde)
(Eu durmo à tarde)

He studies in the evening. (perído do dia - noite)
(Ele estuda à noite)

On

* no, na, em, sobre

Usos

dias de semana
mês e ano
só o dia
ruas(sem número), avenidas e praças
estradas, rios, lagos, costa, sobre superfícies e fronteiras

Exemplos:

He goes to the beach on Mondays and Fridays. (dias da semana)
(Ele vai à praia as segundas e sextas)

Peter was born on April 18th. (dia e mês)
(Peter nasceu em 18 de abril)

We live on Summer trees street. (rua s/ número)
(Nós moramos na rua Summer trees)

They live on Texas avenue. (avenida)
(Eles moram na avenida Texas)

The show will be on Madison square. (praça)
(O show será na praça Madison)

Those people are sailing on the Mississipi river. (rio)
(Aquelas pessoas estão navegando no rio Mississipi)

Casos especiais

on page three
on television
on the radio
on the third floor

* * * *

on the(a) plane
on the(a) ship
on the(a) train
on the(a) boat
on the(a) bus

* * * *

in bed
in the (a) car
in the (a) truck
in the (a) taxi

At

* no, na, em, junto a, posição em um ponto

Usos

lugares públicos
atividades de grupo (jogos)
casas, lojas
endereço(rua e número)
só número da casa
horas
festividades
idade

Exemplos:

We were at the bus station yesterday. (lugar público)
(Nós estivemos na estação de onibus ontem)

Our friends will be at the volley ball game tonight. (atividade de grupo)
(Nossos amigos estarão no jogo de volley esta noite)

Elizabeth was at her sister's last night. (casa)
(Elizabeth estava na casa da irmã dela na noite passada)

She bought her dress at Monica's . (loja)
(Ela comprou o vestido dela na Monica's)

They live at 72 Washington street. (rua e número da casa)
(Eles moram na rua Washington número 72)

They live on Washington street at number 72. (somente o número da casa)
(Eles moram na rua Washington no número 72)

The meeting will be at 8 o'clock. (horas)
(A reunião será às 8 horas)

The show will be at Christmas. (festividade)
(O show será no natal)

My brotherleft the navy at the age of 32. (idade)
(Meu irmão deixou a marinha com a idade de 32 anos)

Expressões com "at"

At first (no princípio)
At last (finalmente)
At once (imediatamente)
At times (às vezes)
At home (em casa)
At least (pelo menos)
At night (à noite)
At noon (ao meio dia)
At midnight (à meia noite)

Over

* no, na , sobre

Usos

posição superior

Exemplos:

There are some birds flying over those trees.
(Exitem alguns pássaros voando acima daquelas árvores)

The lamp is overthose tables.
(A lâmpada está acima da mesa)

In front of

* em frente de

Exemplos:

The boxes are in front ofthe store.
(As caixas estão em frente da loja)

She was in front of those people.
(Ela estava em frente daquelas pessoas)

Behind

* atrás de

Exemplos:

Paul is behindthe building waiting.
(Paul está atrás do prédio esperando)

The child is behind the door.
(A criança está atrás da porta)

Beyond

* além de

Exemplos:

Looking beyond this year, I see a good future.
(Olhando além deste ano, eu vejo um bom futuro)

She is living beyond the border.
(Ela está morando além da fronteira)

Under

* embaixo de

Exemplos:

The equipment is under the tree.
(O equipamento está embaixo da àrvore)

The new employees are under our responsibility.
(Os novos empregados estão sob nossa responsabilidade)

Without

* sem

Exemplos:

A city without history.
(Uma cidade sem história)

They drove into town without talking to each other.
(Eles dirigiram naquela cidade sem conversarem um com o outro)

Beside

* ao lado de

Exemplos:

The telephone is beside the radio.
(O telefone está ao lado do rádio)

Peter is beside my son.
(Peter está ao lado do meu filho)

Above

* acima de

Exemplos:

The student's name was written above my name.
(O nome do estudante estava escrito acima do meu nome)

Above us only the president.
(Acima de nós somente o presidente)

Below

* abaixo de

Exemplos:

Below us, at our left, there was a big lake.
(Abaixo de nós, a nossa esquerda havia um grande lago)

Peter's name was there, below the others.
(O nome de Peter estava lá, abaixo dos outros)

Across

* através, do outro lado

Exemplos:

The children swam across the river yesterday.
(As crianças nadaram através do rio ontem)

The library is across the street.
(A biblioteca é do outro lado da rua)

Along

* ao longo

Exemplos:

The teachers were walking alongthe street.
(Os professores estavam andando ao longo da rua)

The boys were sailing along the river.
(Os garotos estavam navegando ao longo do rio)

Among

* entre vários

Exemplos:

There was a stranger among us.
(Havia um estranho entre nós)

They are among friends.
(Eles estão entre amigos)

Between

* entre dois

Exemplos:

Mary is sitting between the two boys.
(Mary estava sentada entre os dois garotos)

My mother put the document between two books.
(Minha mãe colocou o documento entre os dois livros)

Before

* antes, perante

Exemplos:

Before seven o'clock he will be here.
(Antes das sete horas ele estará aqui)

I will be there before midnight.
(Eu estarei lá antes da meia-noite)

After

* após

Exemplos:

George will be there after 7 o’clock.
(George estará lá após às sete horas)

We had dinner after the meeting.
(Nós tivemos o jantar após a reunião)

To

* para (destino)

Exemplos:

My sister went to London.
(Minha irmã foi para Londres)

I asked someone the way to the town centre.
(Eu perguntei a alguém o caminho para o centro da cidade)

For

* para (favor, benefício, propósito, fim, intenção)
* para (duração de tempo)

Exemplos:

My uncle brought this present for you. (benefício)
(Meu tio trouxe este presente para você)

People have come for participating. (finalidade)
(Pessoas têm vindo para participar)

That employee has been working here for ten years. (duração de tempo)
(Aquele empregado tem estado trabalhando aqui por dez anos)

She stayed there for a long time. (duração de tempo)
(Ela ficou lá por um longo tempo)

Since

* desde

Exemplos:

I have been working here since 1984.
(Eu tenho estado trabalhando aqui desde 1984)

She has been waiting for you since three o’clock.
From

* de (procedência)

Exemplos:



They are from another country.
(Eles são de outro país)

The beer is imported from Germany.
(A cerveja é importada da Alemanha)

By

* por, pelo, de

Exemplos:

This film was directed by Charles Chaplin.
(O filme foi dirigido por Charles Chaplin)

That book was written by Jorge Amado.
(Aquele livro foi escrito por Jorge Amado)

They went to Rio by bus.
(Eles foram para o Rio de onibus)

Of

* de (posse)

Exemplos:

That necklace is made of pearls.
(Aquele colar é feito de pérolas)

The car of the company.
(O carro da companhia)

Slides apresentação Artigo de Opinião

















sábado, 28 de julho de 2012

Do texto Dissertativo ao Artigo de Opinião


DO TEXTO DISSERTATIVO AO ARTIGO DE OPINIÃO 

O que é um artigo de opinião?

O que é um artigo de opinião? É um texto opinativo, de cunho argumentativo. Trata-se de um gênero em que a opinião de um autor sobre um assunto de relevância é defendida, através de recursos argumentativos: comparações, exemplificações, depoimentos, dados estatísticos, etc.

CARACTERÍSTICAS LIBERDADE ESTRUTURAL (de acordo com a proposta) O AUTOR DOMINA O ASSUNTO É ASSINADO A LINGUAGEM COSTUMA VARIAR CONFORME O PERFIL DOS LEITORES (formal) APRESENTA UMA CLARA INTENÇÃO PERSUASIVA



ESTRUTURA  

ESTRUTURA O importante é não se contentar mais com um texto com “cara” de redação escolar. É preciso ousar. Ousar com responsabilidade, bom senso e respeito à estrutura básica de uma dissertação: a apresentação do tema abordado com um ponto de vista (INTRODUÇÃO), a argumentação (DESENVOLVIMENTO) e uma retomada da tese inicial ou sugestões são propostas (CONCLUSÃO).

O modo como você fará isso será aprimorado a cada nova redação que produzir. Quanto mais experiente for o escritor, mais naturalmente será laborada cada uma das partes do seu artigo.

Geralmente, dois impasses são os mais evidentes ao se escrever: começar e terminar uma redação. Neste momento, trataremos do primeiro caso.

COMO COMEÇAR UM ARTIGO DE OPINIÃO?

Deve-se ter preocupação fundamental com o tema oferecido, levando-se em conta que o parágrafo introdutório é o norteador de toda a estrutura dissertativa, aquele que carrega uma idéia nuclear a ser utilizada de maneira pertinente em todo o desenvolvimento do texto. Existem diversas maneiras de se elaborar a introdução de um artigo de opinião. Mas o que veremos a seguir, vale ressaltar, são alguns modelos sugestivos, e não regras. As mais comuns são: :

DECLARAÇÃO INICIAL – abre-se o parágrafo com uma afirmação. É a forma mais comum de se desenvolver a introdução. “Política e televisão são duas instâncias da sociedade brasileira que parecem reunir o maior número de pessoas despreparadas e desqualificadas. É como se escolhessem a dedo as piores pessoas (com raras exceções) para legislar ou executar, animar shows de auditório ou de entrevistas, etc.”.

DEFINIÇÃO – quando se tem por objetivo conceituar algo (um processo, uma idéia, uma situação): "Violência é toda ação marginal que nos atinge de maneira irreversível: um tiro que nos é dado, um assalto sem que esperemos, nosso amigo ou conhecido que perde a vida inesperadamente através de ações inomináveis..."

3. Apresentando dados estatísticos sobre o assunto enfocado pelo tema: "Hoje, nas grandes cidades brasileiras, não existe sequer um indivíduo que não tenha sido vítima de violência: 48% das pessoas já foram molestadas, 31% tiveram algum bem pessoal furtado, 15% já se defrontaram com um assaltante dentro de casa, 2% presenciaram assalto a ônibus...“.

4. INTERROGAÇÃO ou uma seqüência de interrogações – é uma forma criativa de envolver e despertar a atenção do leitor. ATENÇÃO! Deve-se tomar cuidado com o número de interrogações: todas deverão ser respondidas por você nos parágrafos argumentativos pois, afinal, é você quem estará opinando e não deve esperar que o seu leitor responda por você, muito menos sua banca corretora.“É verdade que, depois da porta arrombada, uma tranca é sempre nela colocada? Foi pensando assim que o governo nomeou a procuradora aposentada Anadyr de Mendonça Rodrigues para comandar a Corregedoria Geral da União, que tem status de ministério, porque visa à apuração de todas as irregularidades cometidas no país."

5. Alusão histórica – organiza-se uma trajetória que vá do passado ao presente, do presente para o passado, ao comparar social, histórica, geograficamente fatos, ações humanas, ideologias, etc. "Na Idade Média, no Renascimento ou até mesmo durante o Século das Luzes, a mulher esteve sempre a disposição da família, dos trabalhos domésticos e da criação dos filhos; somente no século XX ela ganha, ainda que não suficientemente, coragem para inserir-se no “mundo dos homens": pilota, dirige grandes empresas, constrói edifícios."

Características do gênero textual: :

Características do gênero textual: Questão polêmica; Acontecimento que o levou a escrever esse artigo; Posição do autor a respeito da polêmica; Argumentos usados para justificar sua posição; Apresenta argumentos de pessoas que discordam? Proposta de solução para a polêmica; Objetivo do auto

GÊNERO TEXTUAL: ARTIGO DE OPINIÃO


Artigo de opinião

Artigo de opinião

É um texto opinativo, de cunho argumentativo. Trata-se de um gênero em que a opinião de um autor sobre um assunto de relevância é defendida, através de recursos argumentativos: comparações, exemplificações, depoimentos, dados estatísticos, etc.

Estrutura:

1. Contextualização e/ou apresentação da questão em discussão.
2. Explicitação da questão em discussão.
3. Utilização de argumentos que sustentam a posição assumida.
4. Consideração de posição contrária e antecipação de possíveis argumentos contrários à posição assumida.
5. Utilização de argumentos que refutam a posição contrária.
6. Retomada da posição assumida e/ou retomada do argumento mais enfático.
7. Proposta ou possibilidade de negociação.
8. Conclusão (pode ser retomada da tese ou posição defendida).

Movimento argumentativo:

1. Sustentação: só se leva em conta a posição que se pretende defender, através do encadeamento de indícios, provas, argumentos que corroborem o que se pretende afirmar;
2. Refutação: busca-se a rejeição de uma tese defendida ou de argumentos apresentados que sejam contrários à opinião do autor (contra-argumentos).
3. Negociação: incorpora-se parte do ponto de vista do outro, num aparente esforço de entendimento, mas na verdade esse recurso é só uma estratégia de enfraquecimento do que se apresenta como contrário ao que se quer defender.

Orientações para produzir um bom artigo de opinião é aconselhável seguir algumas orientações. Observe:

a) Após a leitura de vários pontos de vista, anote num papel os argumentos que achou melhor, eles podem ser úteis para fundamentar o ponto de vista que você irá desenvolver.

b) Ao compor seu texto, leve em consideração o interlocutor: quem irá ler sua produção. A linguagem deve ser adequada ao gênero e ao perfil do público leitor. Deve-se ter preocupação fundamental com o tema oferecido, levando-se em conta que o parágrafo introdutório é o norteador de toda a estrutura dissertativa, aquele que carrega uma idéia nuclear a ser utilizada de maneira pertinente em todo o desenvolvimento do texto. Existem diversas maneiras de se elaborar a introdução de um artigo de opinião.

c) Escolha os argumentos, entre os anotados, que podem fundamentar a idéia principal do texto de modo mais consciente e desenvolva-os.

De autoridade: a conclusão se sustenta pela citação de uma fonte confiável, que pode ser um especialista no assunto ou dados de instituições de pesquisa;

De princípio: a justificativa é legítima, faz apelo a princípios, o que torna a conclusão quase que incontestável;

Por causa: a justificativa e a conclusão têm uma reversibilidade plausível;

Por exemplificação: a justificativa remete a exemplos comparáveis ao que se pretende defender.

Apresentando dados estatísticos sobre o assunto enfocado pelo tema: "Hoje, nas grandes cidades brasileiras, não existe sequer um indivíduo que não tenha sido vítima de violência: 48% das pessoas já foram molestadas, 31% tiveram algum bem pessoal furtado, 15% já se defrontaram com um assaltante dentro de casa, 2% presenciaram assalto a ônibus...“.

Interrogação ou uma seqüência de interrogações – é uma forma criativa de envolver e despertar a atenção do leitor. ATENÇÃO! Deve-se tomar cuidado com o número de interrogações: todas deverão ser respondidas por você nos parágrafos argumentativos, pois, afinal, é você quem estará opinando e não deve esperar que o seu leitor responda por você, muito menos sua banca corretora. “É verdade que, depois da porta arrombada, uma tranca é sempre nela colocada? Foi pensando assim que o governo nomeou a procuradora aposentada Anadyr de Mendonça Rodrigues para comandar a Corregedoria Geral da União, que tem status de ministério, porque visa à apuração de todas as irregularidades cometidas no país."

Alusão histórica – organiza-se uma trajetória que vá do passado ao presente, do presente para o passado, ao comparar social, histórica, geograficamente fatos, ações humanas, ideologias, etc. "Na Idade Média, no Renascimento ou até mesmo durante o Século das Luzes, a mulher esteve sempre à disposição da família, dos trabalhos domésticos e da criação dos filhos; somente no século XX ela ganha, ainda que não suficientemente, coragem para inserir-se no “mundo dos homens": pilota, dirige grandes empresas, constrói edifícios."

d) Pense num enunciado capaz de expressar a idéia principal que pretende defender.

e) Pense na melhor forma possível de concluir seu texto: retome o que foi exposto, ou confirme a idéia principal, ou faça uma citação de algum escritor ou alguém importante na área relativa ao tema debatido.

f) Crie um título que desperte o interesse e a curiosidade do leitor.

g) Formate seu texto em colunas e coloque entre elas uma chamada (um importante e pequeno trecho do seu texto)

h) Após o término, releia seu texto observando se nele você se posiciona claramente sobre o tema; se a idéia é fundamentada em argumentos fortes e se estão bem desenvolvidos; se a linguagem está adequada ao gênero; se o texto apresenta título e se é convidativo e por fim observe se o texto como um todo é persuasivo. Reescreva-o se necessário.

DECLARAÇÃO INICIAL – abre-se o parágrafo com uma afirmação. É a forma mais comum de se desenvolver a introdução. “Política e televisão são duas instâncias da sociedade brasileira que parecem reunir o maior número de pessoas despreparadas e desqualificadas. É como se escolhessem a dedo as piores pessoas (com raras exceções) para legislar ou executar, animar shows de auditório ou de entrevistas, etc.”.
Fonte: Internet

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Bioabsorventes Ecológicos


Bioabsorventes Ecológicos


O Bioabsorvente traz de volta um tipo de relacionamento íntimo de contato, aceitação com o próprio corpo e consciência ecológica.

Confeccionados, no ateliê da Morada da Floresta em São Paulo, em tecido de algodão puro e absorvente, em diversas estampas e três tamanhos.

Você pode lavar seu bioabsorvente com produtos puros e biodegradáveis e oferecer seu ciclo de volta à Terra e para as plantas é uma alternativa aos absorventes descartáveis que correspondem a um dos principais lixos produzidos na cidade e são constituídos de diversas químicas não saudáveis.


Saúde da Mulher

Os bioabsorventes são confeccionados em tecido de algodão anti alergenico, nos livra do contato com as substâncias químicas. Nos mantendo frescas, limpas e seguras.

Absorventes e tampões descartáveis são feitos de papel (árvores) alvejado e plástico, e vários contém ingredientes mais desagradáveis, como metais, surfactantes, desinfetantes, fragrância, bactericida, fungicida, gel absorvente, colas, e traços de organocloretos entre outras coisas. A lei não regula o que vai nos produtos menstruais, e as indústrias não precisam listar seus componentes na embalagem.

Pegando apenas um exemplo do impacto que isso pode ter em você: organocloretos, como a dioxina, um subproduto do processo de branqueamento, tem sido associada a problemas de saúde em humanos e animais, contribuindo para o câncer de mama, deficiências do sistema imunológico, endometriose, defeitos no feto e câncer de colo de útero (cérvix).

Nos Estados Unidos a congressista Carolyn B. Maloney introduziu o Ato de 1997 - Pesquisas e Segurança no uso do Tampão, para dar às mulheres informações mais acuradas sobre o uso de tampões, incluindo os perigos da dioxina. Há caso de mulheres que alegam infecções nas paredes da vagina devido ao uso de tampões. E produtos absorventes vem sendo associados ao aumento do risco da Síndrome do Choque Tóxico.


Ecologia Feminina


O corpo feminino com seus ciclos, cria a imagem da vida. É muito importante que as mulheres compreendam este poder.

Pensem a respeito da dinâmica envolvida na gestação de uma criança. A mulher mantém uma força vital que cria movimento e deseja nascer.

O sangue é um símbolo vivo, uma evidência da conexão humana com os ancestrais e com os códigos de consciência armazenados dentro de todos os seres constituindo uma biblioteca genética em sua essência espiritual, estão os arquivos de experiências pessoais, planetárias e celestiais.

O sangue é rico em padrões e desenhos da natureza geométrica que se reconhecem, de acordo com o estado de consciência e intenção de cada pessoa, os seus pensamentos são registrados pelo seu sangue, ele é rico ou pobre de acordo com o projeto de intenções do indivíduo e pode ser facilmente enriquecido ou reestruturado.

Freqüentemente as mulheres desdenham seu sangue menstrual ao invés de compreendê-lo como fonte de seu poder. O sangue menstrual pode ser empregado para nutrir a vida vegetal. Em geral as mulheres não sangram mais sobre a Terra, fazer isso constitui uma transferência direta de energia Divina Viva.

Quando as mulheres colocam seu sangue sobre a Terra, ela é alimentada. Conforme vão deixando de lado antigos tabus e trabalham com o sangue menstrual, verão que tem um efeito diferente sobre plantas e animais.

O sangue constitui uma das mais elevadas fontes de fertilização, ele pode ser diluído com água para aumentar sua quantidade e abençoado com cristais para manter a vibração, atrairá plantas e animais que tenham uma nova vitalidade.

Não há erro na menstruação, é uma das maiores dádivas, é o elixir dos deuses, se desejam ter uma horta fértil, usem o seu sangue diluído com água e esta horta florescerá e acelerará o crescimento dos alimentos. O sangue menstrual é altamente oxigenado. A Lua influência os ritmos terrestres, rege o fluxo de energia do corpo, do mesmo modo que governa as marés do planeta.


Saúde Planetária


Uma mulher durante todo seu ciclo menstrual na vida gera de 10 a 15 mil absorventes descartáveis de lixo, resíduo excessivo e de grande impacto ecológico para o Planeta.


Sugestões para Lavar os Bioabsorventes



Encaminhe o Bioabsorvente à um recipiente com água, o quanto antes puder, deixe de molho por até que o sangue se decante. Esta água estará rica em nutrientes e pode ser devolvida para terra, você pode energiza- la com cristais. Em seguida lave-o com sabão de coco ou biodegradável , aproveite da energia do Sol, para clarear e limpar os bioabsorventes, deixe em uma bacia de alumínio com sabão de coco e com pouca água e depois enxágüe. Para eliminar manchas, utilize água oxigenada 10 volumes. Você pode enxaguar com vinagre de maça, que limpa e amacia o algodão.Pode ser lavado à máquina. Você pode esporadicamente usar chá fervente de Eucalipto, Alecrim ou Tomillho para uma higiene mais profunda.



Ao utilizar um Bioabsorvente Ecológico você contribui diretamente para a :

• Redução da quantidade de lixo no Planeta.
• Redução da quantidade de fluxo menstrual e alergias.
• Nutrição e retribuição de energia para o reino vegetal.
• Eliminação de equivocados tabús.


Tamanhos, Kits e Valores

Produzimos 3 tamanhos de Bioabsorventes: Mini, Médio e Grande

Dimensões: Mini - (18 cm altura e 6 cm largura), Médio ( 20 cm altura e 6 de largura) e Grande 26 altura e 7 de largura)

Você pode montar seu Kit com os tamanhos que desejar!

Valor unitário do Bioabsorvente R$ 12,00

O estojo possui fecho de velcro e formato discreto projetado para levar os bioabsorventes na bolsa ou guardá-los em casa o valor é de R$ 4,00 e cabe em média 4 bioabsorventes.

O kit com 4 Bios + 1 estojo valor R$ 50,00


Onde Comprar
Brasil

Morada da Floresta - São Paulo
www.moradadafloresta.org
Rua: Diogo do outo, 47 Jd Bonfigliolli
(Próximo à USP)
Tel.: 11 3735 4085

*Enviamos por correio para todo Brasil

Espaço Luzeiro- São Paulo
Rua Ouvidor Peleja, 220 - Vila Mariana
( Próximo ao metrô Santa Cruz)
Tel.: (11) 5599 3496

Loja Germinar - Brasília e São Paulo
http://www.lojagerminar.com.br
Entrega para todo o Brasil.
Pagamento via Cartão de Crédito, Débito ou Boleto Bancário
Rua Santa Madalena, 220, 32-B, Bela Vista CEP 01322-020 São Paulo-SP
Tel.: (11) 7683-8689

Magnetech - São Paulo
Rodovia Raposo Tavares, KM 22.8 Lj 8
Tel.: 11 4612 4758/ 4702 0521

Arvores Vivas
http://www.arvoresvivas.com.br/produtos_listar.php?cat=26
Exposicao em Feiras Livres em Sao Paulo
5 e 6 de novembro na Praça Clóvis
13 de novembro na Praça João Mendes
3 e 4 de Dezembro na Praça Clóvis
11 de dezembro na Praça João Mendes

Loja Virtual Meu Mundo Sustentável
Rio de Janeiro
http://lojavirtual.meumundosustentavel.com/


Alternativas Naturais - Copinhos de Silicone




Copinhos de Silicone

Além de ter a praticidade de ser interno (e portanto, biquinis e calças claras/justas ficam liberados), é um produto reutilizável (lavável - facilmente - o de silicone tb pode ser fervido para esterilização ao final do ciclo ou colocado em água oxigenada por algumas horas antes de guardar pro mês seguinte). E a durabilidade média é de 10 anos... Ou seja, esqueça o absorvente na lista de compras e você nunca mais vai ficar sem absorvente quando mais precisa.

2012 é último ano de adaptação ao Acordo Ortográfico no Brasil



2012 é último ano de adaptação ao Acordo Ortográfico no Brasil




Matéria publicada em O Globo: http://oglobo.globo.com/educacao/2012-ultimo-ano-de-adaptacao-ao-acordo-ortografico-no-brasil-4020439

SÃO PAULO - No último ano de adaptação ao Acordo Ortográfico no Brasil, professores afirmam que neste ano letivo vão cobrar mais o uso das novas normas pelos alunos. Muitos professores reclamam que não receberam treinamento ou orientações das secretarias de Educação sobre a nova ortografia, que ainda provoca muitas dúvidas nas salas de aula. E ainda há algumas escolas usando livros não adaptados às novas regras, em casos considerados excepcionais.

Em 1990, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe assinaram o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, mas ele só passou a valer no Brasil depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o promulgou, em setembro de 2008. Ficou estabelecido um período de transição de 1 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012, com o convívio das duas normas no país. A partir de 1º de janeiro de 2013, as novas regras passam a ser obrigatórias.

O acordo alterou 0,5% das palavras do vocabulário comum do brasileiro, menos que em Portugal, que teve 1,6% das palavras atingidas.

Professores de várias regiões do país afirmam que, desde que o acordo passou a vigorar, eles passaram a ensinar nas salas de aula a nova ortografia e que as mudanças têm sido absorvidas de maneira gradual.

- Como este vai ser o último ano de transição, a matéria vai ser mais cobrada dos alunos. Até agora eu fiz uma cobrança muito light, não descontava pontos nas provas de quem não usasse as regras novas - afirma a professora Maria Sufaneide, que dá aulas numa escola estadual da capital paulista.

Segundo o professor de Português Marcos Fábio, que dá aula no Ceará, educadores e alunos ainda têm muitas dúvidas:

- Todos nós temos que recorrer ao dicionário, sempre surgem dúvidas, principalmente sobre o hífen.

Para alguns, a mudança não foi tão ruim. Aluno do 1º ano do Ensino Médio do colégio particular Visconde de Porto Seguro, em São Paulo, Gabriel Luna, de 14 anos, diz que as novas regras são mais fáceis.

- Eu achava mais difícil, por causa dos acentos. Logo que saiu o acordo, já comecei a escrever usando as regras novas, para me adaptar mais rápido.

Rio promove treinamento

Para alguns professores, o governo deveria fornecer treinamento específico para os educadores sobre o novo acordo.

- Muitos colegas que dão aulas de Português têm dúvidas, que dirá os de outras disciplinas. Seria interessante um curso de formação. E não adianta dizer que vai ter curso online. Se o acordo ortográfico era tão importante, deveria haver uma forte preocupação com a formação de quem vai transmiti-lo - diz Alayr Pessoa Filha, professora de Língua Portuguesa do Liceu Estadual Nilo Peçanha, em Niterói.

No Rio, o governo do estado afirma que parte dos professores já recebeu treinamento sobre o novo acordo, e outra parcela receberá neste ano. Em São Paulo, a prefeitura e o governo do estado afirmaram que treinarão professores em 2012. E o governo do estado diz que já fez várias ações de divulgação sobre o novo acordo para os professores, além de ter disponibilizado material sobre o assunto.

O GLOBO ouviu professores e secretarias de Educação de vários estados e a maioria afirma que todos os alunos da rede pública já está usando livros didáticos adaptados ao acordo ortográfico. No Mato Grosso, porém, a secretaria estadual de Educação informa que uma pequena quantidade de livros não adaptados continua sendo usada em algumas salas de aula de forma complementar. Isso acontece quando o total do material didático com as novas regras não é suficiente para o número de alunos, devido ao aumento de estudantes de uma turma após o recebimento das publicações, ou para substituir livros danificados.

- A direção da escola fala para trabalhar o acordo ortográfico no quadro-negro ou com material fotocopiado. Isso confunde o aluno. Mas a gente frisa toda aula as novas normas - afirma a professora Anny Weicler, que ensina Língua Portuguesa em uma escola estadual de Cuiabá.

O Ministério da Educação (MEC), que encaminha livros didáticos para 99% das escolas públicas de todo país, afirma que todo material que enviou para uso a partir de 2010 para alunos de 1 ao 5 ano do ensino fundamental já estava de acordo com as novas regras. Segundo o MEC, livros com a nova ortografia começaram a ser usados por estudantes do 6 ao 9 ano do ensino fundamental em 2011. O ministério diz que distribuiu publicações adaptadas para o ensino médio em 2012. A compra dos livros é feita a cada três anos e são usados por igual período.

No entanto, a distribuição de dicionários escritos com a nova ortografia será feita pelo MEC apenas entre junho e setembro deste ano, para 1 milhão de salas de aula. Mas alguns estados não esperaram o MEC e já compraram seus próprios dicionários.

Além de livros e dicionários, o MEC investiu na compra de 204 mil exemplares do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (conhecido pela sigla Volp), editado pela Academia Brasileira de Letras para esclarecer dúvidas sobre a grafia das palavras. Todos os exemplares, segundo o ministério, já foram distribuídos. Mas isso não quer dizer que eles estejam sendo usados: há professores de Língua Portuguesa que garantem que nunca viram o Volp nas suas escolas.

Em São Paulo, alunos afirmam que materiais didáticos que supostamente estão de acordo com as novas regras ainda apresentam palavras na grafia antiga.

- Os livros estão adaptados, mas nas apostilas ainda há “erros” ortográficos, apesar de elas terem um carimbo dizendo que o material passou por revisão para se adequar ao acordo. Já vi a palavra ideia acentuada, por exemplo - afirma Rafael Blessa, aluno do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Buenos Aires, na capital paulista.

O governo de São Paulo informa que todo material distribuído, no entanto, está de acordo com a nova ortografia.

As regras ortográficas não são objeto de preocupação só de estudantes do ensino regular. Muitas empresas têm disponibilizado para os funcionários cursos para que passem a escrever de acordo com as novas regras.

- De todas as empresas que nos contrataram para prestar treinamento de Língua Portuguesa para funcionários, 80% solicitaram que incluíssemos um módulo sobre a nova ortografia. As empresas estão preocupadas, principalmente as que têm funcionários que lidam com o público - afirma Ana Catarina Kretly, gerente de Marketing da Scritta, empresa que presta consultoria de comunicação a companhias.

Apesar de o decreto prever a obrigatoriedade do uso da nova ortografia a partir de 1 de janeiro de 2013, ação popular que tramita na Justiça Federal pede que o prazo seja adiado. Impetrada pelo movimento Acordar Melhor, a ação afirma que a Academia Brasileira de Letras (ABL) desrespeitou o acordo assinado entre os países de língua portuguesa ao fazer alterações em palavras publicadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp).

- O Congresso Nacional teria que aprovar as alterações que o Volp apresentou ao acordo - disse o professor Ernani Pimentel, líder do Acordar Melhor.

O acadêmico Evanildo Bechara nega que a ABL tenha desrespeitado o acordo:

- Se for escrito num sistema ortográfico uniforme, um livro escrito em português na Europa, no Brasil, ou na África não precisa ser atualizado para ser publicado em outro país - afirma.


Marcelle Ribeiro
marcelle@sp.oglobo.com.br

REFORMA ORTOGRÁFICA: Acentuação gráfica


REFORMA ORTOGRÁFICA: Acentuação gráfica
Tabela traz regras já de acordo com a nova ortografia

Tipo de palavra ou sílaba
Quando acentuar
Exemplos (como eram)
Observações
(como ficaram)

Proparoxítonas
sempre
simpática, lúcido, sólido, cômodo
Continua tudo igual ao que era antes da nova ortografia.
Observe:

Pode-se usar acento agudo ou circunflexo de acordo com a pronúncia da região: acadêmico, fenômeno (Brasil) académico, fenómeno (Portugal).

Paroxítonas
Se terminadas em: R, X, N, L, I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS; ditongo oral, seguido ou não de S
fácil, táxi, tênis, hífen, próton, álbum(ns), vírus, caráter, látex, bíceps, ímã, órfãs, bênção, órfãos, cárie, árduos, pólen, éden.
Continua tudo igual.
Observe:
1) Terminadas emENS não levam acento: hifens, polens.
2) Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: sêmen, fêmur (Brasil) ou sêmen, fémur (Portugal).
3) Não ponha acento nos prefixo paroxítonos que terminam em R nem nos que terminam emI: inter-helênico, super-homem, anti-herói, semi-internato.

Oxítonas
Se terminadas
em: A, AS, E, ES, O, OS, EM, ENS
vatapá,
igarapé, avô, avós, refém, parabéns
Continua tudo igual.
Observe:
1. terminadas em I,ISUUS não levam acento: tatu, Morumbi, abacaxi.
2. Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: bebê, purê(Brasil); bebé, puré(Portugal).

Monossílabos tônicos (são oxítonas também)
terminados em A, AS, E,
ES, O,OS
vá, pás, pé, mês, pó, pôs
Continua tudo igual.
Atente para os acentos nos verbos com formas oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, etc.

Í e Ú em
palavras oxítonas e paroxítonas
Í e Ú levam acento se estiveremsozinhos na sílaba (hiato)
saída, saúde, miúdo, aí, Araújo, Esaú, Luís, Itaú, baús, Piauí
1. Se o i e u forem seguidos de s, a regra se mantém: balaústre, egoísmo, baús, jacuís.
2. Não se acentuam iu se depois vier 'nh': rainha, tainha, moinho.
3. Esta regra é nova: nasparoxítonas, o i e unão serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, maoista, saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio).
4. Mas, se, nasoxítonas, mesmo com ditongo, o i e uestiverem no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, teiú.
Ditongos abertos em palavras paroxítonas
EI, OI,
idéia, colméia, bóia
Esta regra desapareceu (para palavras paroxítonas).Escreve-se agora: ideia, colmeia, celuloide, boia.
Observe: há casos em que a palavra se enquadrará em outra regra de acentuação. Por exemplo: contêiner, Méier, destróier serão acentuados porque terminam em R.

Ditongos abertos em palavras oxítonas
ÉIS, ÉU(S), ÓI(S)
papéis, herói, heróis, troféu, céu, mói (moer)
Continua tudo igual(mas, cuidado: somente para palavras oxítonas com uma ou mais sílabas).

Verbos arguir e redarguir (agora sem trema)
arguir e redarguir usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo.
Esta regra desapareceu.
Os verbos arguir e redarguir perderam o acento agudo em várias formas (rizotônicas):
eu arguo (fale: ar-gú-o, mas não acentue); ele argui (fale: ar-gúi), mas não acentue.

Verbos terminados em guar, quar e quir
aguar
enxaguar, averiguar, apaziguar, delinquir, obliquar usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo.
Esta regra sofreu alteração. Observe:.
Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando a ou i tônicos, aí acentuamos estas vogais: eu águo, eleságuam e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico).
tu apazíguas as brigas; apazíguem os grevistas.
Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado: Eu averiguo (diga averi-gú-o, mas não acentue) o caso; eu aguo a planta (diga a-gú-o, mas não acentue).

ôo, ee
vôo, zôo, enjôo, vêem
Esta regra desapareceu.
Agora se escreve: zoo, perdoo veem, magoo, voo.

Verbos ter e vir
na terceira pessoa do plural do presente do indicativo
eles têm,
eles vêm
Continua tudo igual. 
Ele vem aqui; eles vêm aqui.
Eles têm sede; ela tem sede.

Derivados de ter e vir (obter, manter, intervir)
na terceira pessoa do singular leva acento agudo;
na terceira pessoa do plural do presente levam circunflexo
ele obtém, detém, mantém;
eles obtêm, detêm, mantêm
Continua tudo igual.

Acento diferencial
Esta regra desapareceu, exceto para os verbos:
PODER (diferença entre passado e presente.
Ele não pôde ir ontem, mas pode ir hoje.
PÔR (diferença com a preposição por):
Vamos por um caminho novo, então vamos pôr casacos;
TER e VIR e seus compostos (ver acima).
Observe:
1) Perdem o acento as palavras compostas com o verbo PARAR:
Para-raios, para-choque.
2) FÔRMA (de bolo): O acento será opcional; se possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a forma para pudim, cuja forma de pagamento é parcelada.

Trema (O trema não é acento gráfico.)
Desapareceu o trema sobre o U em todas as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo, linguístico.
Exceto as de língua estrangeira: Günter, Gisele Bündchen, müleriano

Fonte: UOL Educação